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Foto do escritorLuara Carvalho

Resultado do censo da patinação no Brasil - 2017

Em Fevereiro de 2017 fizemos uma pesquisa com a finalidade de entender A prática da patinação no Brasil, a pesquisa coletou informações sobre praticantes da patinação relativas a 2017. Ao todo, 1141 pessoas responderam a pesquisa. Os dados foram ponderados com base em uma projeção da população brasileira por região, gênero e grupos de idade, feita pelo IBGE para o ano de 2016, de aproximadamente 206.081.432 brasileiros, quantidade equivalente à população entre 14 e 75 anos.

Confira os dados:

Dentre os que responderam a pesquisa 54,6% dos participantes correspondem ao sexo masculino e 45,4% ao sexo feminino.


77,4% dos praticantes pertencem a faixa etária dos 21 aos 40 anos de idade, sendo apenas 2% dos praticantes menores de 16 anos.


80,1% praticam o esporte há menos de 3 anos, sendo que deste total 52,8% estão no esporte a menos de 1 ano.


83,3% costumam patinar em grupos.



5,5% praticam com a finalidade competitiva.



62,8% das pessoas acreditam que a maior deficiência do nosso esporte é a falta de locais para a prática da patinação.


As modalidades competitivas mais praticadas são: Freestyle com 21,6%, Street/Vertical com 10,1% e Patinação de Velocidade com 6,5%.


75,4% dos patinadores estão entre os níveis iniciante e intermediário, 48% do total estão no nível intermediário.


52% receberam instrução de um instrutor de patinação, apenas 14,7% pagaram por essa instrução.



93,7% das pessoas gostariam de participar de aulas ou workshops gratuitos.


Freios e saltos dominam entre as maiores dificuldades encontradas pelos patinadores.


A região sudeste domina o cenário atual com 48,6% dos praticantes e a região com o menor número de praticantes é o Norte com 5,2% de praticantes. 


Curiosidades:

91,3% das pessoas patinam ao menos 1 vez por semana.


19,4% das pessoas patinam em locais apropriados para a prática da patinação.


68% das pessoas praticam outros esportes além da patinação.


1,3% não possuem patins.


89,2% possuem patins das marcas: Oxer, Traxart, Rollerblade, Seba, Flying Eagle, Powerslide e Fila.


Diante da dimensão da pesquisa não coletamos dados suficientes para uma margem de erro aceitável em qualquer pesquisa científica, porém baseados nos dados que temos em mãos, hoje a população de patinadores ativos no Brasil temos em torno de 0,03% da população de praticantes de esportes, o que dá em números algo por volta de 50 mil patinadores ativos em todo território nacional.


Considerações finais do autor:

Por mais que sejamos apaixonados por este esporte, que é a patinação, temos que ser realistas com o cenário atual onde o esporte não se sustenta de maneira que consiga impulsionar todo o cenário, também gostaria de dizer que não sou o dono da verdade, porém tenho uma visão de alguns pontos que considero essenciais para o mercado como um todo que precisam ser abordados com o máximo de urgência e seriedade.

Falta de visão corporativa por parte de atletas, organizadores de eventos, empresas da patinação, federações e confederações. Para ficar mais claro vou enumerar algumas coisas neste sentido.


Problema: Informalidade no mercado de vendas de produtos (patins, rodas, rolamentos, etc...), empreender no mercado brasileiro seja ele em qualquer área é muito difícil pois os desafios são diários e precisam ser encarados com muita disposição, problemas políticos e econômicos que podem mudar em cada governo em qualquer esfera (desde municipal até federal), problemas de distribuição e logística que já são velhos conhecidos em nosso país.


Entenda que quando você importa peças ou qualquer produto relacionado a patinação e vende a preço quase que abaixo do custo de uma loja, quando ganha algo em um campeonato e vende a preço que seria impraticável por uma loja, você está contribuindo para enfraquecer o cenário do nosso esporte pois lojas para sobreviver precisam pagar tributos, importação, funcionários, etc...Se o atleta recebe cota de apoio/patrocínio e faz a mesma coisa ele também não está contribuindo.


Solução: Ao invés da empresa dar por exemplo um jogo de rodas como premiação em um campeonato, dê um voucher para retirada do produto na loja no preço de venda ao consumidor final, se a pessoa resolver vender ela ao menos a empresa não sairá perdendo pois estarão embutidos todos os tributos no valor final. Empresas que dão peças em cotas para atletas deem as cotas no valor final do produto com todos os tributos que seriam pagos. Se você ainda assim acha "injusto" os preços praticados no mercado nacional importe o produto para seu uso e não faça revenda, se você é atleta e sabe da importância das empresas nos campeonatos então faça sua parte e só consuma produtos de empresas que investem em atletas e campeonatos e não compre de "importadores" que não investem no esporte.


Problema: Monopólio em alguns ramos de atividade, é de conhecimento público que o que produz a melhoria e eficiência nos serviços é a concorrência então fica a pergunta, porque algumas áreas da patinação ainda vemos isso acontecendo? Eu já presenciei diversos fatos com práticas desprezíveis como por exemplo de ver eventos serem inviabilizados por não pertencerem a determinado grupo ou marca. Não há qualquer tipo de proteção para quem trabalha sério, seja você empresa ou atleta.


Solução: Criar uma entidade que represente os interesses das empresas no mercado da patinação, é algo que não será possível construir do dia para a noite e dará um bocado de trabalho mas irá produzir resultados quase que imediatos pois uma vez que a empresa seja associada a essa entidade ela terá que cumprir as regras ou será proscrita. Seguindo por este caminho os membros associados podem conseguir vantagens com fornecedores e instituições bancárias enquanto empresas que andam fora da linha correm o risco ficarem em uma posição insignificante no mercado. O mesmo acontece com atletas, para que sejam valorizados e tenham seus interesses protegidos precisam estar formalmente representados por sua federação local, só este fato já pode lhe trazer diversos benefícios públicos ou privados.


Problema: Falta de planejamento para competições, campeonatos de nível nacional sendo programados com 1 mês de antecedência para um país do tamanho do Brasil é algo que não podemos aceitar. Imagine um atleta que tem o custo de treinamento, equipamentos, sem patrocínio, como se planejar para buscar um lugar melhor no ranking nacional para atravessar o país? Isso desvaloriza o atleta que não consegue participar de todos os campeonatos, desvaloriza o evento que não contará com os principais atletas do país, perda de interesse de empresas com possível perfil de investimento.


Solução: Criar um congresso anual com empresas do setor, formadores de opinião e outras lideranças para que em consenso busquem objetivos em comum no esporte assim como um calendário anual de competições para categorias principais e de base, cobertura de mídia especializada, incentivos para clubes formadores de novos atletas, etc.


Bem, estas são apenas das algumas reflexões que deixo para vocês patinadores, acredito que o ano de 2017 foi bom para a patinação no Brasil, mas 2018 pode ser ótimo desde que todos trabalhem na mesma direção, é lógico que cada empresa, marca, atleta, empresário da patinação possui suas metas e expectativas particulares mas olhando com uma visão corporativa todos podemos alcançar voos mais altos se unirmos as visões e experiências distintas do cenário assim a patinação ganha e todos saem ganhando.

E você o que achou do censo? Quais são as suas considerações sobre o ano de 2017? Em que erramos e quais soluções vocês poderiam apresentar? Te convido a discutir este tema em nosso Grupo do Facebook.

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