É fácil falar para uma pessoa que está com medo de patinar: "Vai lá, do chão não passa" ou "Cair é normal" ou "Caindo que se aprende". Mas você já parou para pesar que existe algumas pessoas que querem muito aprender, mas muitas vezes o medo as trava de uma forma inconsciente, e você sabe o porquê isso acontece? Não, então vamos te explicar como o nosso cérebro funciona.
Ouvimos muitas pessoas falarem que após uma queda de patins, não conseguiu mais voltar, ou até mesmo pessoas que nunca patinaram, colocam o patins pela primeira vez no pé e vem aquele medo incontrolável, suor frio, tremedeira que não consegue sair do lugar.
O nosso sistema nervoso, ele é que responsável por guardar nossas memórias, e uma forma delas permanecerem é quando há uma forte emoção ligada a ela. As emoções e o sistema nervoso eles andam de mãos dadas, o sistema nervoso não somente processa as emoções, mas podem decidir como reagimos a elas. Mas as vezes as emoções são tão forte que sobrecarregam o sistema nervoso.
Um exemplo é quando você caiu e se machucou quando criança, ao aprender algum esporte, e muitas das vezes aquela emoção fica guardada por muito tempo, e quando você é adulto e tenta aprender um esporte novo como a patinação, isso pode fazer acionar aquela sensação traumatizante na infância.
O medo é um mecanismo de proteção muito poderoso, é uma adaptação externamente poderosa para nos ajudar a interiorizar uma ameaça e é bom conseguir reagir a ela, antes que a ameaça nos alcance. No nosso cérebro há uma região que controla o instinto do medo que é a amígdala, quando entramos em uma situação em que nosso cérebro acredita que seja de perigo ou de perigo real, a amígdala dispara um alarme e aciona uma cadeia de eventos.
Ela dispara uma quantidade absurda de hormônios, que faz com que as nossas pupilas se dilatem e entre mais luz, nosso coração bata mais acelerado, nosso sangue vá de órgãos menos essenciais para órgãos de maior prioridade, como os músculos da perna que podem correr, por isso que quando você sente frio na barriga, pois a quantidade de sangue no estômago diminui drasticamente, por isso sente calafrios, pois há menos sangue para aquecer e irrigar a pele, todas essas mudanças no corpo te preparam para ameaça, seja fugindo (neste caso desistindo de patinar) ou paralisando.
Quando o medo vai longe demais, e ele se torna a sensação dominante, podem nos impedir de realizar novos desafios que podem ser cada vez maiores, mas como o nosso cérebro reage depende somente de nós, podemos controlar o medo, tornando-o mais familiar.
Para que possamos lidar com este medo, este trauma, é necessário treinamento, assim como treinamos os nossos músculos para serem mais fortes, veloz ou potente, podemos melhorar nossa emoções, quando nos expomos em doses pequenas e controladas as situações que nos levam aos estresse e podemos criar resistência, a tolerância a ansiedade aumenta e a amígdala pode agir ao nosso favor.
A amígdala é uma estrutura onde diversas emoções são memorizadas, ela não só guarda as emoções negativas, mas também as positivas, se treinarmos nosso cérebro para lembrar de como lidamos com o estresse a amígdala lembrará a memória armazenada em um momento futuro de medo e permitirá que a lógica e a razão estejam presentes.
O corpo precisa se sentir seguro de que aquilo que o ameaça terminou para poder se acalmar. Por exemplo, ter certeza de que não irá se machucar se cair de patins, pois caindo corretamente as proteções o protegem.
É importante saber que levamos mais tempo para nos acalmar do que ativar o corpoa resposta de perigo. Álvaro Genro, psicólogo da Associação Brasileira do Trauma, explica que a Somatic Experiencing (SE) trabalha com o sistema nervoso autônomo, onde ficam registradas as emoções e as reações instintivas, inclusive o trauma. Os registros traumáticos podem ser acessados pelas sensações corporais. “Há pessoas que estão distanciadas dessa auto percepção, mas não é impossível pouco a pouco ir trabalhando para que se possa resgatar isso."
Por tanto se você consegue perceber melhor o que você sente ao colocar os patins, como o seu corpo reage a isso, e aos poucos criando consciência e acalmando as sensações, você poderá sim eliminar esse medo de patinar. Como falamos anteriormente vá aos poucos, não saia tão depressa da sua zona de conforto, percebe melhor as reações do seu corpo e a medida que aquilo vá se tornando menos estressante, você vai progredindo, sem pular etapas.
Se você quer saber como treinar corretamente e superar seu medo da patinação, recomendamos que faça o nosso curso online totalmente gratuito, onde te ensinamos o passo a passo como patinar com segurança e sem pular etapas.
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